Milk A Voz da Igualdade




Ficha TécnicaTítulo Original: MilkGênero: DramaTempo de Duração: 128 minutos Ano de Lançamento (EUA): 2008Site Oficial: www.milkthemovie.comEstúdio: Focus Features / Axon Films / Jinks/Cohen Company / Groundswell Productions Distribuição: Paramount Pictures / UIP
Direção: Gus Van Sant
Roteiro: Dustin Lance Black
Produção: Bruce Cohen, Dan Jinks e Michael London
Música: Danny Elfman
Fotografia: Harris Savides
Desenho de Produção: Bill Groom
Direção de Arte: Charley Beal
Figurino: Danny Glicker
Edição: Elliot Graham
Elenco: Sean Penn (Harvey Milk)Emile Hirsch (Cleve Jones)Josh Brolin (Dan White)Diego Luna (Jack Lira)James Franco (Scott Smith)Alison Pill (Anne Kronenberg)Victor Garber (Prefeito George Moscone)Dennis O'Hare (Senador John Briggs)Joseph Cross (Dick Pabish)Stephen Spinella (Rick Stokes)Lucas Grabeel (Danny Nicoletta)Brandon Boyce (Jim Rivaldo)Howard Rosenman (David Goodstein)Kelvin Yu (Michael Wong)Jeff Koons (Art Agnos)Cleve Jones (Don Amador)


Harvey Milk, é eleito para um cargo público americano com o diferencial de ser o primeiro gay assumido em tal situação. Se hoje, apesar de camuflados os preconceitos, o homossexualismo ainda é visto por boa parte da população como uma doença, ou algo que foge a moralidade, nos anos 70, isso era uma certeza quase que geral e o tratamento era bem mais hostilizante. O que dizer sobre ser um homem público e num cargo político com tal caráter? A homofobia acirrada no filme é retrato não só do momento daquela época, mas que perdura até hoje de uma forma talvez mais mascarada, porém, infelizmente, viva. Isso tudo faz de Milk um ser repleto de coragem, daqueles que desafiam os olhos assustados e enojados, só para ter o prazer e a liberdade de beijar. Daqueles que desafiam a morte, como de fato o fez.

Há o ativismo do personagem principal e de seus companheiros - fortes combatentes de um preconceito inadmissível contra uma forma diferente de amar. Sean Penn compõe Milk de maneira detalhista e como sempre, distanciando-se de seus papéis anteriores, mostrando que Penn não vence pelo personagem, ele vence pela interpretação. Pode dar-lhe o papel que for, repetidas vezes, que ele faz a diferença. O grande elenco também leva o filme na medida, com destaque para Emile Hirsch que monta a personalidade carismática de Cleve Jones. E Josh Brolin que arrebenta em suas feições e sentimentos, de insegurança e de intempestividade reunidos no personagem Dan White.
O roteiro de Dustin Lance Black é bom, e ao meu ver, não se gasta o precioso tempo com cenas previsíveis, "tentando" fugir do estereotipo do mundo gay. Tá bem, tem uma ceninha boba aqui outra ali, com lambidas em glacê de bolo na bochechinha, que só trazem um frisson em torno do quanto de amor existe entre os personagens, enfim, é a forma de se mostrar a naturalidade da relação entre homossexuais. Mas, não é um filme de amor, e definitivamente, não se perde tempo com isso. Aliás, é sim um filme de doação por uma causa, por uma aceitação e pela liberdade a que todos temos direito, desmascarando a hipocrisia religiosa, moral e política social.

Há a boa direção de Gus Van Sant, que envolve o filme numa trajetória política, de altos e baixos, de ganhos e perdas, liderada por uma personalidade cheia de afinco e melhor, em nenhum momento encarna a louca desvairada, nem nos piores momentos de tensão. É interessante ver como tudo vai ocorrendo ao seu tempo, em que pausadamente se ganha a confiança dos que aderem ao movimento, as negociações políticas, as jogadas de quem está predisposto a tudo. Um tanto cansativo, mas nada que atrapalhe.
É uma homem lutando para ter não só sua opção sexual aceita, mas conseguir bons frutos para todo um grupo discriminado, conseguir formar outros lutadores pela causa. Seu fim é trágico em meio a previsibilidade que o próprio Milk conhecia.


Nota 8

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