Meu Nome Não É Johnny








Informações TécnicasTítulo no Brasil: Meu Nome Não é JohnnyTítulo Original: Meu Nome Não é JohnnyPaís de Origem: BrasilGênero: DramaClassificação etária: 14 anosTempo de Duração: 107 minutosAno de Lançamento: 2008Estréia no Brasil: 04/01/2008Site Oficial: http://www.meunomenaoejohnnyfilme.c om.brEstúdio/Distrib.: Sony PicturesDireção: Mauro Lima
ElencoSelton Mello ... João Guilherme EstrellaCléo Pires ... SofiaCássia Kiss ... JudgeAndré de Biase ... AlexÂngelo Paes Leme ... JulinhoRafaela Mandelli ... LauraGillray Coutinho ... LawyerLuis Miranda ... AlcidesAramis Trindade ... TainhaKiko Mascarenhas ... DaniloFlavio Bauraqui ... CharlesOrã Figueiredo ... OswaldoHossein Minussi ... WanderleyIvan de Almeida ... CarcereiroFlávio Pardal ... Boneco


Esperei tempo demais, pois o filme é bem bom. O roteiro amacia um pouco o personagem protagonista, creio. Ainda mais quando o ser original(João Estrella) vigia bem de pertinho, mas creio que 80% de verdades foram ditas e isso para mim basta. Se a justiça foi justa, eu digo que levando-se em consideração as igualdades postas constitucionalmentes, não, não foi. Mas, se levarmos em conta o resultado, ou seja, aquilo ao qual João Estrella se transformou diante da oportunidade dada pelo juízo, tudo foi justíssimo. É só constatar.Enfim, é uma história comum de um moleque mal criado que cai no mundo do tráfico, com seus desejos filhodepapaizinho e vai adentrando até o osso, sem se dar conta de que tudo aquilo poderia deixá-lo até o fim da vida vendo o sol nascer quadrado.(será que não sabia?). Sendo que por seus objetivos pouco comuns a um traficante, foi considerado pelo juízo como alguém diferente, doente e avaliado desta forma. Como já falei, justa a lei não foi, mas atingiu os objetivos de regeneração que presídio e lei nenhuma foram capazes. Ou se preferir, de não contaminação do maldito mundo carcerário.Por traz da temática séria do filme, há uma boa direção que traz cenas cômicas de marcar..."eles são grande, mas nós é ruim" hahahaha. Selton deu o tom certo ao personagem...aliás, Selton é um dos nosso grandes nomes do cinema atual.
Nota 8

Tropa de Elite




Tropa de Elite. 2007. Brasil. Direção: José Padilha. Elenco: Wagner Moura (Capitão Nascimento), Caio Junqueira (Neto), André Ramiro (André Matias), Milhem Cortaz (Capitão Fábio), Fernanda de Freitas (Roberta), Fernanda Machado (Maria), Thelmo Fernandes (Sargento Alves), Maria Ribeiro (Rosane), Emerson Gomes (Xaveco). Gênero: Ação, Drama, Policial. Duração: 118 minutos.


Tropa de Elite sem mais nem menos, é o retrato de um sistema que se move por vícios, no termo geral da palavra (defeito, corrupção, habitualidade ilegal), vindo de todas as partes da sociedade seja militar, civil ou do Estado, deixando a sociedade doente e sem saída. Faz pensar, e quem sabe assim, buscar a tal saída.
Quem tem o mínimo de consciência, culpa a si mesmo, ou pelo menos, se engloba nesse emaranhado de violência, descobrindo que não basta vestir-se de branco e ir as ruas gritar por paz; a injustiça social e a conivência com o crime, voltam para nós mesmos, ainda que não sejamos cientes disso.
Capitão Nascimento é o homem que se considera o “virtuoso” do BOPE, aquele que comanda a tropa, que parte para a guerra, que elimina corruptos, que aniquila seus inimigos (e do povo também), e que evita ter sentimentalismos, embora seu lado humano apareça. Vê tudo isso como a sua única verdade - e como poderia ser diferente diante daquela realidade e das necessidades que o transformaram? É ele, o que há de mais perverso, mas isso não vem muito ao caso, pois ele é produto do meio, assim como os traficantes e os que curtem um baseado.
Sobre a cena final, não tive dúvidas, pois naquele estado, polícia e bandido tem um desejo sanguinário equiparável por motivos diferentes, mas que não faz a menor diferença quando o alvo é um inocente. Fiquei realmente na dúvida sobre apertar ou não o gatilho, mas olhei para baixo e me contorci. Penso que balancei na vingança.

O Blog da amiga Valéria traz este meu comentário e outras críticas, dela e de cinéfilos:

http://lella.wordpress.com/2009/03/27/tropa-de-elite/

Milk A Voz da Igualdade




Ficha TécnicaTítulo Original: MilkGênero: DramaTempo de Duração: 128 minutos Ano de Lançamento (EUA): 2008Site Oficial: www.milkthemovie.comEstúdio: Focus Features / Axon Films / Jinks/Cohen Company / Groundswell Productions Distribuição: Paramount Pictures / UIP
Direção: Gus Van Sant
Roteiro: Dustin Lance Black
Produção: Bruce Cohen, Dan Jinks e Michael London
Música: Danny Elfman
Fotografia: Harris Savides
Desenho de Produção: Bill Groom
Direção de Arte: Charley Beal
Figurino: Danny Glicker
Edição: Elliot Graham
Elenco: Sean Penn (Harvey Milk)Emile Hirsch (Cleve Jones)Josh Brolin (Dan White)Diego Luna (Jack Lira)James Franco (Scott Smith)Alison Pill (Anne Kronenberg)Victor Garber (Prefeito George Moscone)Dennis O'Hare (Senador John Briggs)Joseph Cross (Dick Pabish)Stephen Spinella (Rick Stokes)Lucas Grabeel (Danny Nicoletta)Brandon Boyce (Jim Rivaldo)Howard Rosenman (David Goodstein)Kelvin Yu (Michael Wong)Jeff Koons (Art Agnos)Cleve Jones (Don Amador)


Harvey Milk, é eleito para um cargo público americano com o diferencial de ser o primeiro gay assumido em tal situação. Se hoje, apesar de camuflados os preconceitos, o homossexualismo ainda é visto por boa parte da população como uma doença, ou algo que foge a moralidade, nos anos 70, isso era uma certeza quase que geral e o tratamento era bem mais hostilizante. O que dizer sobre ser um homem público e num cargo político com tal caráter? A homofobia acirrada no filme é retrato não só do momento daquela época, mas que perdura até hoje de uma forma talvez mais mascarada, porém, infelizmente, viva. Isso tudo faz de Milk um ser repleto de coragem, daqueles que desafiam os olhos assustados e enojados, só para ter o prazer e a liberdade de beijar. Daqueles que desafiam a morte, como de fato o fez.

Há o ativismo do personagem principal e de seus companheiros - fortes combatentes de um preconceito inadmissível contra uma forma diferente de amar. Sean Penn compõe Milk de maneira detalhista e como sempre, distanciando-se de seus papéis anteriores, mostrando que Penn não vence pelo personagem, ele vence pela interpretação. Pode dar-lhe o papel que for, repetidas vezes, que ele faz a diferença. O grande elenco também leva o filme na medida, com destaque para Emile Hirsch que monta a personalidade carismática de Cleve Jones. E Josh Brolin que arrebenta em suas feições e sentimentos, de insegurança e de intempestividade reunidos no personagem Dan White.
O roteiro de Dustin Lance Black é bom, e ao meu ver, não se gasta o precioso tempo com cenas previsíveis, "tentando" fugir do estereotipo do mundo gay. Tá bem, tem uma ceninha boba aqui outra ali, com lambidas em glacê de bolo na bochechinha, que só trazem um frisson em torno do quanto de amor existe entre os personagens, enfim, é a forma de se mostrar a naturalidade da relação entre homossexuais. Mas, não é um filme de amor, e definitivamente, não se perde tempo com isso. Aliás, é sim um filme de doação por uma causa, por uma aceitação e pela liberdade a que todos temos direito, desmascarando a hipocrisia religiosa, moral e política social.

Há a boa direção de Gus Van Sant, que envolve o filme numa trajetória política, de altos e baixos, de ganhos e perdas, liderada por uma personalidade cheia de afinco e melhor, em nenhum momento encarna a louca desvairada, nem nos piores momentos de tensão. É interessante ver como tudo vai ocorrendo ao seu tempo, em que pausadamente se ganha a confiança dos que aderem ao movimento, as negociações políticas, as jogadas de quem está predisposto a tudo. Um tanto cansativo, mas nada que atrapalhe.
É uma homem lutando para ter não só sua opção sexual aceita, mas conseguir bons frutos para todo um grupo discriminado, conseguir formar outros lutadores pela causa. Seu fim é trágico em meio a previsibilidade que o próprio Milk conhecia.


Nota 8

Dúvida




Ficha TécnicaTítulo Original: DoubtGênero: DramaTempo de Duração: 104 minutos Ano de Lançamento (EUA): 2008, Site Oficial: http://www.doubt-themovie.com/
Estúdio: Scott Rudin Productions / Goodspeed Productions Distribuição: Walt Disney Studios Motion Pictures / Miramax Films
Direção: John Patrick Shanley
Roteiro: John Patrick Shanley, baseado em peça teatral de John Patrick Shanley Produção: Mark Roybal e Scott Rudin Música: Howard Shore
Fotografia: Roger Deakins Desenho de Produção: David Gropman
Direção de Arte: Peter Rogness
Figurino: Ann Roth Edição: Dane Collier e Dylan Tichenor
Elenco: Meryl Streep (Irmã Aloysius Beauvier)Philip Seymour Hoffman (Padre Brendan Flynn)Amy Adams (Irmã James)Viola Davis (Sra. Miller)Alice Drummond (Irmã Veronica)Audrie J. Neenan (Irmã Raymond)Susan Blommaert (Sra. Carson)Carrie Preston (Christine Hurley)John Costelloe (Warren Hurley)Lloyd Clay Brown (Jimmy Hurley)Joseph Foster (Donald Miller)Bridget Megan Clark (Noreen Horan)Mike Roukis (William London)Frank Shanley (Kevin)Frank Dolce (Ralph)Paulie Litt (Tommy Conroy)Matthew Marvin (Raymond)



Ah, essa coisa chamada prova! Quantos equívocos deixaríamos de criar, ou injustiças, se uma prova real se manifestasse, se cavássemos tais verdades, despidos de preconceito ou autoritarismos. A todo tempo não deixei de pensar sobre isso, e não porque necessariamente estava do lado do padre Flynn – inegável carisma – mas, porque entre a certeza de um bem e a dúvida de um mal, eu priorizo a primeira. Mas não deixo de levar em consideração a intuição e a destreza da sisuda, conservadora, convicta Aloysius, não sei o que faria... peraí, estou em dúvida. É... o filme nos causou o pretendido. Os pontos fortes do filme são as impecáveis interpretações; os diálogos - ainda que simples - são reais, de efeito discurssivo, e ricos às boas cenas, ou melhor, são manipulados por seus personagens de forma brilhante. Além disso, o homossexualismo bem como a pedofilia, são tratado com tanta sutileza, mesmo quando a atriz Viola Davis surge com seu personagem em um momento doloroso de mãe, eu diria, jogando na balança o que há de prioridade para ela e para todos nós, é chocante. Há quem pense que é uma mãe aceitando seu filho como a natureza o fez, e há quem diga que é uma desesperada por dar um futuro melhor aquele que já considera desviado...cada um com sua idéia.Seymour Hoffman faz o enigma. Streep o decifrador. E Amy Adams somos nós...a dúvida.


O tema(dúvida) atravessa os personagens, as interpretações, as cenas e atinge o espectador...para sempre. Nisso, o filme é muito bom.Mas faltou uma direção que brilhasse junto as atuações. Nota 8,5

O Curioso Caso de Benjamin Button



Ficha TécnicaTítulo Original: The Curious Case of Benjamin Button Gênero: DramaTempo de Duração: 166 minutos Ano de Lançamento (EUA): 2008Site Oficial: www.benjaminbutton.com.br Estúdio: Warner Bros / Paramount Pictures / The Kennedy/Marshall Company Distribuição: Warner Bros Direção: David Fincher
Roteiro: Eric Roth e Robin Swicord, baseado em estória de F. Scott Fitzgerald
Produção: Ceán Chaffin, Kathleen Kennedy e Frank Marshall
Música: Alexandre Desplat Fotografia: Claudio Miranda
Desenho de Produção: Donald Graham Burt
Direção de Arte: Kelly Curley, Randy Moore e Tom Reta
Figurino: Jacqueline West
Edição: Kirk Baxter e Angus Wall
Efeitos Especiais: Lola Visual Effects / Evil Eye Pictures / Matte World Digital / Savage Visual Effects / Hydraulx / Drac Studios / Asylum VFX / Digital Domain / Gentle Giant Studios / Ollin Studio / Special Effects Atlantic
Elenco: Brad Pitt (Benjamin Button)Cate Blanchett (Daisy)Julia Ormond (Caroline)Faune A. Chambers (Dorothy Baker)Elias Koteas (Monsieur Gateau)Donna DuPlantier (Blanche Devereaux)Jacob Tolano (Martin Gateau)Ed Metzger (Teddy Roosevelt)Jason Flemyng (Thomas Button)Tilda Swinton (Elizabeth Abbott)David Ross Patterson (Walter Abbott) Joeanna Sayler (Caroline Button)Taraji P. Henson (Queenie)Mahershalalhashbaz Ali (Tizzy)Fiona Hale (Sra. Hollister)Patrick Thomas O'Brien (Dr. Rose)Danny Nelson (General Winston)Marion Zinser (Sra. Horton)Paula Gray (Sybil Wagner)Taren Cunningham (Elizabeth Abbott - jovem) Elle Fanning (Daisy - 7 anos) Madisen Beaty (Daisy - 10 anos)Peter Donald Badalamenti II (Benjamin Button - 1928 a 1931)Robert Towers (Benjamin Button - 1932 a 1934)Tom Everett (Benjamin Button - 1935 a 1937)Spencer Daniels (Benjamin Button - 12 anos)Chandler Canterbury (Benjamin Button - 8 anos)Charles Henry Wyson (Benjamin Button - 6 anos)

Começo criticando O Curioso Caso de Benjamin Button e o alarde que se faz em torno dele. Ao meu ver, é um filme bom, e só. Há defeito no roteiro, com diálogos pouco inspirados, com cenas cômicas reiteradas, sendo que para rir ou filosofar bastavam duas delas. Aliás, o cinema só achava graça no velho para-raios, e eu também segui o côro. Muitos clichês, e a criatividade se encerra na temática que gera o filme, ou seja, alguém que nasce velho e morre criança – se bem que nem aí creio que houve originalidade, já que esse tema é abordado em outros filmes e livros.

Chega de enfraquecer a obra. Reconheço que ainda assim, é um bom filme, daqueles que por mais longo que sejam, não se torna enfadante, pela curiosa história de observar os personagens se relacionando com alguém que rejuvenesce, de ver a vida desse curioso BB de trás para frente, com todas as fazes da infância, passando pela adolescência...sim, pois só o que mudou no percurso foi o corpo, já a alma, caminha igualzinho a todos os seres humanos. Excelente maquiagem...deu vontade de agarrar o Pitt na adolescência, bem parecido com aquele, dos tempos de Thelma e Louise; além disso, têm as boas interpretações de Pitt, Cate Blanchett e Tilda Swinton.


nota 7