Meu Nome Não É Johnny








Informações TécnicasTítulo no Brasil: Meu Nome Não é JohnnyTítulo Original: Meu Nome Não é JohnnyPaís de Origem: BrasilGênero: DramaClassificação etária: 14 anosTempo de Duração: 107 minutosAno de Lançamento: 2008Estréia no Brasil: 04/01/2008Site Oficial: http://www.meunomenaoejohnnyfilme.c om.brEstúdio/Distrib.: Sony PicturesDireção: Mauro Lima
ElencoSelton Mello ... João Guilherme EstrellaCléo Pires ... SofiaCássia Kiss ... JudgeAndré de Biase ... AlexÂngelo Paes Leme ... JulinhoRafaela Mandelli ... LauraGillray Coutinho ... LawyerLuis Miranda ... AlcidesAramis Trindade ... TainhaKiko Mascarenhas ... DaniloFlavio Bauraqui ... CharlesOrã Figueiredo ... OswaldoHossein Minussi ... WanderleyIvan de Almeida ... CarcereiroFlávio Pardal ... Boneco


Esperei tempo demais, pois o filme é bem bom. O roteiro amacia um pouco o personagem protagonista, creio. Ainda mais quando o ser original(João Estrella) vigia bem de pertinho, mas creio que 80% de verdades foram ditas e isso para mim basta. Se a justiça foi justa, eu digo que levando-se em consideração as igualdades postas constitucionalmentes, não, não foi. Mas, se levarmos em conta o resultado, ou seja, aquilo ao qual João Estrella se transformou diante da oportunidade dada pelo juízo, tudo foi justíssimo. É só constatar.Enfim, é uma história comum de um moleque mal criado que cai no mundo do tráfico, com seus desejos filhodepapaizinho e vai adentrando até o osso, sem se dar conta de que tudo aquilo poderia deixá-lo até o fim da vida vendo o sol nascer quadrado.(será que não sabia?). Sendo que por seus objetivos pouco comuns a um traficante, foi considerado pelo juízo como alguém diferente, doente e avaliado desta forma. Como já falei, justa a lei não foi, mas atingiu os objetivos de regeneração que presídio e lei nenhuma foram capazes. Ou se preferir, de não contaminação do maldito mundo carcerário.Por traz da temática séria do filme, há uma boa direção que traz cenas cômicas de marcar..."eles são grande, mas nós é ruim" hahahaha. Selton deu o tom certo ao personagem...aliás, Selton é um dos nosso grandes nomes do cinema atual.
Nota 8

Tropa de Elite




Tropa de Elite. 2007. Brasil. Direção: José Padilha. Elenco: Wagner Moura (Capitão Nascimento), Caio Junqueira (Neto), André Ramiro (André Matias), Milhem Cortaz (Capitão Fábio), Fernanda de Freitas (Roberta), Fernanda Machado (Maria), Thelmo Fernandes (Sargento Alves), Maria Ribeiro (Rosane), Emerson Gomes (Xaveco). Gênero: Ação, Drama, Policial. Duração: 118 minutos.


Tropa de Elite sem mais nem menos, é o retrato de um sistema que se move por vícios, no termo geral da palavra (defeito, corrupção, habitualidade ilegal), vindo de todas as partes da sociedade seja militar, civil ou do Estado, deixando a sociedade doente e sem saída. Faz pensar, e quem sabe assim, buscar a tal saída.
Quem tem o mínimo de consciência, culpa a si mesmo, ou pelo menos, se engloba nesse emaranhado de violência, descobrindo que não basta vestir-se de branco e ir as ruas gritar por paz; a injustiça social e a conivência com o crime, voltam para nós mesmos, ainda que não sejamos cientes disso.
Capitão Nascimento é o homem que se considera o “virtuoso” do BOPE, aquele que comanda a tropa, que parte para a guerra, que elimina corruptos, que aniquila seus inimigos (e do povo também), e que evita ter sentimentalismos, embora seu lado humano apareça. Vê tudo isso como a sua única verdade - e como poderia ser diferente diante daquela realidade e das necessidades que o transformaram? É ele, o que há de mais perverso, mas isso não vem muito ao caso, pois ele é produto do meio, assim como os traficantes e os que curtem um baseado.
Sobre a cena final, não tive dúvidas, pois naquele estado, polícia e bandido tem um desejo sanguinário equiparável por motivos diferentes, mas que não faz a menor diferença quando o alvo é um inocente. Fiquei realmente na dúvida sobre apertar ou não o gatilho, mas olhei para baixo e me contorci. Penso que balancei na vingança.

O Blog da amiga Valéria traz este meu comentário e outras críticas, dela e de cinéfilos:

http://lella.wordpress.com/2009/03/27/tropa-de-elite/

Milk A Voz da Igualdade




Ficha TécnicaTítulo Original: MilkGênero: DramaTempo de Duração: 128 minutos Ano de Lançamento (EUA): 2008Site Oficial: www.milkthemovie.comEstúdio: Focus Features / Axon Films / Jinks/Cohen Company / Groundswell Productions Distribuição: Paramount Pictures / UIP
Direção: Gus Van Sant
Roteiro: Dustin Lance Black
Produção: Bruce Cohen, Dan Jinks e Michael London
Música: Danny Elfman
Fotografia: Harris Savides
Desenho de Produção: Bill Groom
Direção de Arte: Charley Beal
Figurino: Danny Glicker
Edição: Elliot Graham
Elenco: Sean Penn (Harvey Milk)Emile Hirsch (Cleve Jones)Josh Brolin (Dan White)Diego Luna (Jack Lira)James Franco (Scott Smith)Alison Pill (Anne Kronenberg)Victor Garber (Prefeito George Moscone)Dennis O'Hare (Senador John Briggs)Joseph Cross (Dick Pabish)Stephen Spinella (Rick Stokes)Lucas Grabeel (Danny Nicoletta)Brandon Boyce (Jim Rivaldo)Howard Rosenman (David Goodstein)Kelvin Yu (Michael Wong)Jeff Koons (Art Agnos)Cleve Jones (Don Amador)


Harvey Milk, é eleito para um cargo público americano com o diferencial de ser o primeiro gay assumido em tal situação. Se hoje, apesar de camuflados os preconceitos, o homossexualismo ainda é visto por boa parte da população como uma doença, ou algo que foge a moralidade, nos anos 70, isso era uma certeza quase que geral e o tratamento era bem mais hostilizante. O que dizer sobre ser um homem público e num cargo político com tal caráter? A homofobia acirrada no filme é retrato não só do momento daquela época, mas que perdura até hoje de uma forma talvez mais mascarada, porém, infelizmente, viva. Isso tudo faz de Milk um ser repleto de coragem, daqueles que desafiam os olhos assustados e enojados, só para ter o prazer e a liberdade de beijar. Daqueles que desafiam a morte, como de fato o fez.

Há o ativismo do personagem principal e de seus companheiros - fortes combatentes de um preconceito inadmissível contra uma forma diferente de amar. Sean Penn compõe Milk de maneira detalhista e como sempre, distanciando-se de seus papéis anteriores, mostrando que Penn não vence pelo personagem, ele vence pela interpretação. Pode dar-lhe o papel que for, repetidas vezes, que ele faz a diferença. O grande elenco também leva o filme na medida, com destaque para Emile Hirsch que monta a personalidade carismática de Cleve Jones. E Josh Brolin que arrebenta em suas feições e sentimentos, de insegurança e de intempestividade reunidos no personagem Dan White.
O roteiro de Dustin Lance Black é bom, e ao meu ver, não se gasta o precioso tempo com cenas previsíveis, "tentando" fugir do estereotipo do mundo gay. Tá bem, tem uma ceninha boba aqui outra ali, com lambidas em glacê de bolo na bochechinha, que só trazem um frisson em torno do quanto de amor existe entre os personagens, enfim, é a forma de se mostrar a naturalidade da relação entre homossexuais. Mas, não é um filme de amor, e definitivamente, não se perde tempo com isso. Aliás, é sim um filme de doação por uma causa, por uma aceitação e pela liberdade a que todos temos direito, desmascarando a hipocrisia religiosa, moral e política social.

Há a boa direção de Gus Van Sant, que envolve o filme numa trajetória política, de altos e baixos, de ganhos e perdas, liderada por uma personalidade cheia de afinco e melhor, em nenhum momento encarna a louca desvairada, nem nos piores momentos de tensão. É interessante ver como tudo vai ocorrendo ao seu tempo, em que pausadamente se ganha a confiança dos que aderem ao movimento, as negociações políticas, as jogadas de quem está predisposto a tudo. Um tanto cansativo, mas nada que atrapalhe.
É uma homem lutando para ter não só sua opção sexual aceita, mas conseguir bons frutos para todo um grupo discriminado, conseguir formar outros lutadores pela causa. Seu fim é trágico em meio a previsibilidade que o próprio Milk conhecia.


Nota 8

Dúvida




Ficha TécnicaTítulo Original: DoubtGênero: DramaTempo de Duração: 104 minutos Ano de Lançamento (EUA): 2008, Site Oficial: http://www.doubt-themovie.com/
Estúdio: Scott Rudin Productions / Goodspeed Productions Distribuição: Walt Disney Studios Motion Pictures / Miramax Films
Direção: John Patrick Shanley
Roteiro: John Patrick Shanley, baseado em peça teatral de John Patrick Shanley Produção: Mark Roybal e Scott Rudin Música: Howard Shore
Fotografia: Roger Deakins Desenho de Produção: David Gropman
Direção de Arte: Peter Rogness
Figurino: Ann Roth Edição: Dane Collier e Dylan Tichenor
Elenco: Meryl Streep (Irmã Aloysius Beauvier)Philip Seymour Hoffman (Padre Brendan Flynn)Amy Adams (Irmã James)Viola Davis (Sra. Miller)Alice Drummond (Irmã Veronica)Audrie J. Neenan (Irmã Raymond)Susan Blommaert (Sra. Carson)Carrie Preston (Christine Hurley)John Costelloe (Warren Hurley)Lloyd Clay Brown (Jimmy Hurley)Joseph Foster (Donald Miller)Bridget Megan Clark (Noreen Horan)Mike Roukis (William London)Frank Shanley (Kevin)Frank Dolce (Ralph)Paulie Litt (Tommy Conroy)Matthew Marvin (Raymond)



Ah, essa coisa chamada prova! Quantos equívocos deixaríamos de criar, ou injustiças, se uma prova real se manifestasse, se cavássemos tais verdades, despidos de preconceito ou autoritarismos. A todo tempo não deixei de pensar sobre isso, e não porque necessariamente estava do lado do padre Flynn – inegável carisma – mas, porque entre a certeza de um bem e a dúvida de um mal, eu priorizo a primeira. Mas não deixo de levar em consideração a intuição e a destreza da sisuda, conservadora, convicta Aloysius, não sei o que faria... peraí, estou em dúvida. É... o filme nos causou o pretendido. Os pontos fortes do filme são as impecáveis interpretações; os diálogos - ainda que simples - são reais, de efeito discurssivo, e ricos às boas cenas, ou melhor, são manipulados por seus personagens de forma brilhante. Além disso, o homossexualismo bem como a pedofilia, são tratado com tanta sutileza, mesmo quando a atriz Viola Davis surge com seu personagem em um momento doloroso de mãe, eu diria, jogando na balança o que há de prioridade para ela e para todos nós, é chocante. Há quem pense que é uma mãe aceitando seu filho como a natureza o fez, e há quem diga que é uma desesperada por dar um futuro melhor aquele que já considera desviado...cada um com sua idéia.Seymour Hoffman faz o enigma. Streep o decifrador. E Amy Adams somos nós...a dúvida.


O tema(dúvida) atravessa os personagens, as interpretações, as cenas e atinge o espectador...para sempre. Nisso, o filme é muito bom.Mas faltou uma direção que brilhasse junto as atuações. Nota 8,5

O Curioso Caso de Benjamin Button



Ficha TécnicaTítulo Original: The Curious Case of Benjamin Button Gênero: DramaTempo de Duração: 166 minutos Ano de Lançamento (EUA): 2008Site Oficial: www.benjaminbutton.com.br Estúdio: Warner Bros / Paramount Pictures / The Kennedy/Marshall Company Distribuição: Warner Bros Direção: David Fincher
Roteiro: Eric Roth e Robin Swicord, baseado em estória de F. Scott Fitzgerald
Produção: Ceán Chaffin, Kathleen Kennedy e Frank Marshall
Música: Alexandre Desplat Fotografia: Claudio Miranda
Desenho de Produção: Donald Graham Burt
Direção de Arte: Kelly Curley, Randy Moore e Tom Reta
Figurino: Jacqueline West
Edição: Kirk Baxter e Angus Wall
Efeitos Especiais: Lola Visual Effects / Evil Eye Pictures / Matte World Digital / Savage Visual Effects / Hydraulx / Drac Studios / Asylum VFX / Digital Domain / Gentle Giant Studios / Ollin Studio / Special Effects Atlantic
Elenco: Brad Pitt (Benjamin Button)Cate Blanchett (Daisy)Julia Ormond (Caroline)Faune A. Chambers (Dorothy Baker)Elias Koteas (Monsieur Gateau)Donna DuPlantier (Blanche Devereaux)Jacob Tolano (Martin Gateau)Ed Metzger (Teddy Roosevelt)Jason Flemyng (Thomas Button)Tilda Swinton (Elizabeth Abbott)David Ross Patterson (Walter Abbott) Joeanna Sayler (Caroline Button)Taraji P. Henson (Queenie)Mahershalalhashbaz Ali (Tizzy)Fiona Hale (Sra. Hollister)Patrick Thomas O'Brien (Dr. Rose)Danny Nelson (General Winston)Marion Zinser (Sra. Horton)Paula Gray (Sybil Wagner)Taren Cunningham (Elizabeth Abbott - jovem) Elle Fanning (Daisy - 7 anos) Madisen Beaty (Daisy - 10 anos)Peter Donald Badalamenti II (Benjamin Button - 1928 a 1931)Robert Towers (Benjamin Button - 1932 a 1934)Tom Everett (Benjamin Button - 1935 a 1937)Spencer Daniels (Benjamin Button - 12 anos)Chandler Canterbury (Benjamin Button - 8 anos)Charles Henry Wyson (Benjamin Button - 6 anos)

Começo criticando O Curioso Caso de Benjamin Button e o alarde que se faz em torno dele. Ao meu ver, é um filme bom, e só. Há defeito no roteiro, com diálogos pouco inspirados, com cenas cômicas reiteradas, sendo que para rir ou filosofar bastavam duas delas. Aliás, o cinema só achava graça no velho para-raios, e eu também segui o côro. Muitos clichês, e a criatividade se encerra na temática que gera o filme, ou seja, alguém que nasce velho e morre criança – se bem que nem aí creio que houve originalidade, já que esse tema é abordado em outros filmes e livros.

Chega de enfraquecer a obra. Reconheço que ainda assim, é um bom filme, daqueles que por mais longo que sejam, não se torna enfadante, pela curiosa história de observar os personagens se relacionando com alguém que rejuvenesce, de ver a vida desse curioso BB de trás para frente, com todas as fazes da infância, passando pela adolescência...sim, pois só o que mudou no percurso foi o corpo, já a alma, caminha igualzinho a todos os seres humanos. Excelente maquiagem...deu vontade de agarrar o Pitt na adolescência, bem parecido com aquele, dos tempos de Thelma e Louise; além disso, têm as boas interpretações de Pitt, Cate Blanchett e Tilda Swinton.


nota 7

Homem de Ferro




Elenco: Robert Downey Jr., Terrence Howard, Jeff Bridges, Gwyneth Paltrow, Leslie Bibb, Shaun Toub, Faran Tahir, Sayed Badreya, Bill Smitrovich, Clark Gregg
Direção: Jon Favreau
Gênero: Ação
Distribuidora: UIP
Estreia: 30 de Abril de 2008


Mais um filme de super-herói entrando para minha lista dos melhores. Não conhecia bem a história do Homem de Ferro, mas fiquei feliz ao saber que de um arrogante e dos piores tipos entre os homens(senhor bélico), virou uma arma contra os inimigos. E vale salientar, com a sua própria marca. No mínimo inusitado um anti-herói virando herói. É certo que o filme mostra uma redenção um pouco apressada para um homem com tais características(esnobe, arrogante, galinha, safado, cachorro, sem vergonha hehehe) assim, ao contrário de outros heróis que tiveram sua tranformação por algum acontecimento intenso ou uma trajetória longa, Iron Man não segue esse ritmo, ele surge de uma hora para outra - mesmo que após um sofrimento terrível - encobrindo o homem arrependido. Um coração de lata mais humanizado que o coração humano.Nada que prejudique o filme, pois caso estendesse mais, se tornaria enfadonho.
Efeitos de arregalar os olhos e história envolvente que prende o público desde o início. Nada melhor que um rock and roll para embalar com rapidez esse homem de ferro que parece mais um foguete. Robert Downey Jr, depois do inferno que passou e a constante luta contra as drogas e na justiça, vem neste longa arrasando com todas as letras, sendo mérito de um grande ator que é. A bela Gwyneth Paltrow com sua personagem Vigínia, mulher inteligente, me parecia em alguns momentos, um tanto tonta, mas, abrilhantou uma daquelas cenas agonizantes, na hora em que o "homem lata malvado super-plus", ao ser descoberto, sai aniquilando todo mundo. Por falar nisso, é sempre um prazer ver Jeff Bridges(meu eterno Jack de king Kong), mesmo que seu vilão não tenha assombrado tanto.

Nota 8

Ensaio Sobre A Cegueira



Filme de 2008
Direção:Fernando Meirelles
Roteiro:Don McKellar, José Saramago (livro)
Elenco:Julianne Moore, Mark Ruffalo, Alice Braga, Danny Glover, Gael García Bernal, Sandra Oh, Don McKellar, Maury Chaykin, Yusuke Yseya, Yoshino Kimura




Uma excelente composição cinematográfica baseada na literatura de José Saramago. Juro que quero ler este livro, mas, na obrigatoriedade de outros livros, tenho que caminhar a 5 páginas por dia hehe. Bom, o filme é atento ao enfoque central sobre a cegueira, buscando seus vários aspectos que vão desde a existência natural desta até a situação anormal e desesperadora, como oriunda de uma epidemia, por ataque coletivo e disseminador. Os diálogos trazem inúmeros sentidos, sejam reais, metafóricos ou filosóficos sobre o tema, nos fazendo pensar até o final. Se uma praga contagiante já traria problemas, o que dizer de uma que deixasse a todos vitimados de uma vez só a uma vida sem visão, sem tempo para reaprender a viver nesta situação, como fazem os deficientes visuais normais de nossa sociedade? Cenas fortes, desde o abandono dos contaminados e a vida sub-humana que levam, isolado, até os ataques que sofrem perante os semelhantes que compartilham da doença, mas que não hesitam em formar uma simulação de sociedade predadora dentro do isolamento, propriedade, governo, crime, justiça predatória.


E se, como diz o ditado em terra de cego quem tem um olho é rei, digo que quem tem dois olhos é rainha, fazendo jus ao excelente trabalho de interpretação de Julianne Moore, e da força primordial de sua personagem para a organização daqueles seres perdidos na escuridão, ou será num clarão de cegueira branca? Ou ainda, de quão não menos dura é sua vida, pela clara visão daquilo que seus olhos podem testemunhar, e talvez preferiria não ver.


Trabalho eficiente de todos os atores, Mark Ruffalo, Danny Glover, Alice Braga, Gael García Bernal e elenco comedido ao papel e suas oscilações. Brilhante trabalho de Fernando Meirelles, que acertou a direção desta obra, e o que poderia ser mais um filme de epidemia com filosofia de botequim, rende em cada passagem, harmonicamente montada, um ensaio sobre a cegueira.
Nota 9

Fim dos Tempos




Filme 2008


Direção:M. Night Shyamalan
Roteiro:M. Night Shyamalan
Elenco:Mark Wahlberg, Zooey Deschanel, John Leguizamo, Ashlyn Sanchez, Spencer Breslin, Robert Bailey Jr., Betty Buckley, Jeremy Strong


Shyamalan erra a mão faz um tempo, mas nada comparado a este Fim dos Tempos. Ô filmezinho passatempo de Telecine Light às 11:30 da manhã. Meu Deus, eu torci para gostar, para que os críticos tivessem uma implicância básica com fórmula do diretor, mas não deu mesmo. Com uma revolta de pássaros, eu me encantei vendo o genial Hitchcock, repleta de medo daquelas cenas em que lindos bichos enfezados misturavam suspense e mistério. Já com as plantas aqui, a fórmula não funcionou, um tanto sem graça e sem sentido, não há nem medo, nem suspense naquele ventinho assoviante. No roteiro há um casal cansado, com seus probleminhas básicos, tem um suposto amante na jogada e um cara preocupado com os chifres do amigo. Todos os problemas resolvidos pela toxina da destruição, ou será do amor e da reaproximação? Ah, e uma velha senhora numa casa isolada que não diz coisa com coisa, ressaltando-se que nem ainda teria sido atingida pela toxina do suicídio. Impacto nas mortes, na forma como o ser humano morre facilmente, frágil como uma abelha(sem querer ofender essas fofurinhas), mas, só fazendo uma analogia a certa cena do filme.
Não nego que a atmosfera de mistério ainda é uma das coisas que o diretor sabe fazer bem; ele consegue dar um clima inicial em seus filmes ao qual não sabemos ainda onde vai parar o final, sendo que neste filme, a mensagem de um fim dos tempos é mais uma confirmação do que tem sido a vida humana por milênios, das destruições naturais, auto-destruição, ou seja, situações pertinentes mas que não renderam aqui no fraco roteiro. Diálogos ruins e interpretações sem impacto. É belo, é misterioso, é até mesmo envolvente, como se pegássemos cenas soltas e disséssemos, olha lá que legal!
Eu ainda prezo pelo estilo Shyamalan, juro, mesmo metendo bomba neste filme, não nego que o assistiria de novo, e nem que continuarei a assistir outras obras que virão deste diretor, mas não posso me privar de dizer, que recheado de defeitos como está Fim dos Tempos, merece sim uma nota baixa.
Nota 4

Quem Quer Ser Um Milionário?




Assisido em 2009
Filme de 2009

Elenco
Dev Patel (Jamal K. Malik)
Ayush Mahesh Khedekar (Jamal K. Malik - criança)
Tanay Chheda (Jamal K. Malik - jovem)
Freida Pinto (Latika)
Rubiana Ali (Latika - criança)
Tanvi Ganesh Lonkar (Latika - jovem)
Madhur Mittal (Salim)
Azharuddin Mohammed Ismail (Salim - criança)
Ashutosh Lobo Gajiwala (Salim - jovem)
Chirag Parmar (Arvind - criança)

Gênero: Drama

Direção: Danny Boyle
Roteiro: Simon Beaufoy, baseado em livro de Vikas Swarup
Produção: Christian Colson
Música: A.R. Rahman
Fotografia: Anthony Dod Mantle

O filme proporciona boa história, sim. É bem conduzido e dirigido, sim. Bom roteiro, boa montagem e narrativa, sim. Diálogos brilhantes não são o forte do filme, entretanto, traduz-se um pouco da humanidade daquela cultura; o que muitos consideram piegas, eu considero proposital, ou seja, contrastar o amor desmedido e mais ingênuo com o cinismo, a ganância, o capital, a arrogância entre os que se consideram mais fortes por possuirem dinheiro, cultura ou esperteza. Aliás, é isso mesmo que ocorre, o choque do feio e do belo na mostragem do país e assim , quem sabe, tentando amenizar a pesada realidade. Portanto, a Índia em cada passagem colorida se vê uma pobreza tremenda, querendo nos dar a realidade, mas sem nos desviar do romantismo. Matança religiosa, e força de um povo habituado com o que não se acostuma.
Jamal é visivelmente um obstinado, um crédulo em seu destino, por que nada mais será tão cruel que seu presente. E num determinado momento do Show do Milhão(permitam-me fazer a analogia), me lembrei de algo que meu pai falou, sobre o que define uma pergunta difícil. Pois é, não existiria este enigma indecifrável quando tratamos de conhecimentos gerais, pois estes seriam tão somente o que ignoramos porque não tivemos a oportunidade ou desejo de sabê-lo. Não é nenhuma equação científica bizarra, é só a percepção das coisas do dia-a-dia, e neste caso, o garoto Jamal foi subestimado, tendo em vista sua vida cheia das mais diversas situações, na maioria das vezes cruéis. É destino? Não sei. Mas, sei que há muito arquivo nesse cérebro, que pode ser utilizado na hora certa. Enfim, é filme mais de amor, é um belo conto da realidade.
Nota 8

1408


Assistido em 05/11/2007 - Spoilers
Filme de 2007

Elenco
John Cusack (Mike Enslin)
Mary McCormack (Lily Enslin)
Jasmine Jessica Anthony (Katie)
Tony Shalhoub (Sam Farrell)
Samuel L. Jackson (Gerald Olin)

Gênero: Terror
Direção: Mikael Hafström
Roteiro: Matt Greenberg, Larry Karaszewski e Scott Alexander, baseado em estória de Stephen King


Saí presenteada com 1408, pois apesar de simpatizar com o trabalho de Cusack e respeitar Stephen King, ao ver o trailer, não dava muito pelo filme. Oh graças, eu me enganei. Está longe da perfeição mas fez um mix de suspense, drama, humor negro que me deixou ligada e com vontade de assistir mais. Sou suspeita, pois adoro quartos de hotéis e a abordagem do tema em filmes como O Iluminado, visto que aqueles corredores e aquela sensação de ter várias histórias em cada quarto, é sinistro como o próprio Mike pronuncía.Gosto também de filmes que se resumem em sua maior parte a um único ambiente(Festim Diabólico, Por Um Fio, 8 mulhere, Jogos Mortais 1), pois valorizam as idéias, detalhes e diálogos mesmo, na introspecção de um só personagem como em 1408. No ato final, pegar os únicos objetos trazidos consigo como a bebida e o isqueiro(fora da maldição), e utilizá-los para finalizar o maléfico local, fez de Mike o único maluco daquele quarto que deveria ser salvo, tendo em vista que mandou um "se dane" para os espíritos e não fechou a conta do Hotel como fez os outros hahaa.Só faltou uma explicação mais consistente para a maldição do quarto. Não, não precisaria nada de detalhado, mas algo que nos desse um direcionamento mais preciso já que mostrou-se tantos detalhes curiosos que ficam no vazio.
Nota 8

Watchmen - O Filme



Elenco: Patrick Wilson, Jackie Earle Haley, Matthew Goode, Billy Crudup, Jeffrey Dean Morgan, Carla Gugino, Stephen McHattie, Matt Frewer, Sonya Salomaa, Danny Woodburn.
Direção: Zack Snyder
Gênero: Aventura
Duração: 156 min.
Distribuidora: Paramount Pictures
Estreia: 06 de Março de 2009
Sim, eu adooooorei. Salientando que eu sou fora do mundo dos quadrinhos há tempos, já li muito Marvel e outros, mas Watchmen, confesso que nem perto. Bom, como tenho o QI normal, consegui compreender o filme além desses empecilhos hehe. Claro, que aquele que tem afinidade com personagens e trama teve mais facilidade para se afinar, mas digo que o fato de eu não conhecer me proporcionou uma curiosidade tamanha e por conseguinte uma excitação pela história, talvez maior ainda. Isso me fez ver que se ela não é interessante, foi muito bem dirigida.Personagens curiosos, cada um com personalidade e história de vida bem definidas. Um delicioso passeio no tempo, anos 80, com todos eles acompanhado por trilha sonora ma-ra-vi-lho-sas. Ahhh, Bob Dylan com The Times They Are A'Changin' e All Along The Watchtower (adoro, seja Hendrix ou U2) hummmm. Só não dá mais a Hallelujah, mesmo com a delícia do Patrick Wilson pelado hehehe.As interpretações medianas(Espectral, mas precisamente), não comprometeram as envolventes 3 horas de filme, e as pitadas de humor ácido, principalmente vindas de um dos mais dramáticos - o sociopata Rorschach - nos reporta a atroz justiça com as próprias mãos, mas que as vezes dá para pensar no caso(sendo irônica, não me crucifiquem). Convence do carisma e grandeza dos aposentados super-heróis. A cena em que a bomba explode é sentida pelo espectador, ambientada naquele momento histórico, dá para compreender o quanto é terrível saber que milhares daqueles aos quais criamos um vínculo, se foram por atrocidade humana. Naquele casal romantico se dá leveza, embora, bem timidamente interpretado, bem travado. O cabeça, Ozymandias, demonstra, aos seu princípios, a impossibilidade de se unir ética e plano de inteligência. Quanto aquele que nem é mais humano, o maravilhoso Manhattan, demonstra a preocupação fria de quem quer um mundo harmônico mesmo com as baixas; já o Comediante, sem o mínimo de escrúpulos, também chora, comprovando maniqueísmos à parte.
O filme pode até ter falhado por ser disperso, mas acho que para uma saga inicial, onde tudo tem que ser apresentado ao espectador, está cumprido o objetivo.
Nota 9